Por Gustavo Martins-Coelho
Antes de haver «Contra-informação», havia um equivalente na SIC, chamado «Cara chapada». Isto foi mesmo há muitos anos. Só mostra o velho que estou. Por algum motivo, o «Cara chapada» nunca pegou — não da forma que o «Contra…» se tornou num êxito de audiências.
O nome do boneco do Artur Albarran no «Cara chapada» era Artur Aldrabã. Acho maravilhoso terem chamado Aldrabã ao Albarran no «Cara chapada». Pelo menos, é bastante melhor do que o «Alma-Rã», que lhe chamaram no «Contra-informação». E o boneco dele era um porco.
Nunca mais vi o Albarran, depois do drama, do horror e da tragédia. Andará por um canal do cabo?
Não tenho o hábito de ver os canais do cabo. Nem os de sinal aberto, a bem dizer. Acho que não tenho o hábito de ver televisão, enfim. Não sou muito dado à mundividência televisiva, admito. Mas pessoas há que, pelo contrário, adoram ver o mundo pela televisão. Nada contra. Cada um deve procurar a sua dose periódica de adrenalina onde mais lhe convier, mesmo que seja no programa do Malato [1]. Eu mesmo, apesar de não ser muito dado à televisão, prefiro ver a repetição do lance na tê-vê do que perder o golo ao vivo, no estádio (se bem que, descobri recentemente, no tempo do Eusébio, mesmo na televisão, o golo era uma oportunidade única, que, se perdida, o estava para sempre).
No entanto, não entendo, por mais que me esforce, aquelas pessoas que procuram enquadrar tudo num ecrã de televisão. Mesmo tudo! Vão a um concerto, enquadram-no no tablete. Vão a um miradouro, enquadram-no no telefone. Chegam ao cúmulo de filmar outros ecrãs, como sejam o do cinema ou o da televisão! Pergunto-me que recordações guardam desses momentos.
— Sim, fui a Paris, era muito bonito; o branco da cúpula do Sacré-Coeur condizia perfeitamente com a moldura do iPad!
0 comentários a “Enquadramento televisivo”
[…] A Wikipédia diz que o Albarran se dedicou a negócios pouco claros [2]. E não é que é mesmo aldrabã [3]? […]
[…] Nos dias que passaram, não cheguei a acabar de dizer tudo o que tinha para especular sobre as festas de aniversário holandesas, porque os restaurantes gourmet e o Artur Albarran se intrometeram [1]. […]