Por Carlos Lima
A relação sexual, ou cópula, é o processo pelo qual o esperma é depositado no interior da vagina [1], com o objectivo da reprodução [2]. Na espécie humana e nalguns animais, é usada pelo prazer, como forma de relacionamento, ou dentro dum relacionamento. Neste sentido, fala-se no contributo masculino e no contributo feminino, ainda que grande parte dos acontecimentos seja idêntica.
No homem, ocorrem três fenómenos: erecção, lubrificação e orgasmo. Inicia-se com o desejo sexual, que pode ter origem no cérebro ou por estimulação directa dos órgãos genitais. Este estímulo conduz à erecção, ou endurecimento, do pénis [3]. A erecção ocorre por impulsos nervosos oriundos da medula espinhal, que dilatam as artérias do pénis e levam ao preenchimento com sangue dos corpos cavernosos e do tecido esponjoso do pénis. Os impulsos nervosos também estimulam as glândulas bulbouretais, ou de Cowper, a segregar muco na uretra, o que promove alguma lubrificação da entrada vaginal, facilitando a fase inicial da penetração, já que os líquidos vaginais são os grandes responsáveis pela lubrificação, que facilita o acto sexual.
O orgasmo, ou clímax, conduz à ejaculação. Quando o estímulo sexual é intenso, os estímulos nervosos vindos da medula espinhal levam à contracção dos canais testiculares, do epidídimo, dos canais deferentes, das vesículas seminais e da próstata, conduzindo à libertação do sémen, ou esperma, na uretra. As contrações rítmicas dos músculos da base do pénis levam à ejaculação. Este momento é acompanhado de alterações gerais, como o aumento do ritmo cardíaco, da tensão arterial e da frequência respiratória, podendo ser acompanhado de alterações momentâneas do estado de consciência.
Na mulher, ocorrem os mesmos três fenómenos: erecção, lubrificação e orgasmo. A estimulação psicológica ou dos órgãos genitais externos levam à erecção do clitóris e ao aumento do fluxo de sangue às paredes vaginais, por mecanismos idênticos ao homem, ou seja, estímulos vindos da parte terminal da medula espinhal levam à dilatação das artérias uterinas e vaginais, aumentando o afluxo de sangue.
Quando estimuladas, as glândulas de Bartholin libertam líquidos lubrificantes na entrada profunda da vagina. Se a estimulação ocorrer por algum tempo, a quantidade de fluido é suficiente para lubrificar também a parte mais externa da vagina, como os grandes lábios, conduzindo a uma penetração mais fácil.
O orgasmo feminino é acompanhado das mesmas alterações físicas que o do homem, mas, ao contrário do homem, que só atinge um orgasmo, precisando dum período refractário, ou de pausa, mais ou menos prolongado no tempo, até ao seguinte, a mulher pode sentir orgasmos múltiplos, com intensidades de prazer diferentes. O orgasmo feminino consiste em contrações vaginais e uterinas, que estimulam a progressão dos espermatozóides para o útero [4], facilitando a fecundação.
Uma das alterações mais comum é a ausência de orgasmo. É mais frequente na mulher, devido a uma série de preconceitos que a impedem de clarificar a situação com o parceiro, para que haja um período de estimulação mais longo (os famosos preliminares) e, na relação sexual, a estimulação do clitóris, regra geral indispensável para o orgasmo feminino.
A disfunção eréctil, ou ausência de erecção, tem a ver com uma série de factores e não com a ausência de desejo sexual. A sua avaliação deve ser técnica e a utilização de medicamentos para a tratar deve ser devidamente aconselhada e acompanhada por um médico.
A dor durante a relação sexual, sentida por ambos os parceiros ou essencialmente pela mulher, pode ter várias origens. As mais frequentes são a contracção intensa dos músculos vaginais e a ausência de lubrificação. A primeira torna a relação sexual extremamente dolorosa ou impossível; a segunda pode ser atenuada pelo uso de lubrificantes apropriados.
Saúde!
3 comentários a “A relação sexual”
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