Por Carlos Lima
A célula é a unidade fundamental e estrutural do corpo humano. É uma unidade pequena, mas é nela que os processos essenciais à vida ocorrem e as doenças começam. Por uma questão pratica e para mais fácil entendimento, tratarei a célula como algo indiferenciado, mas quero deixar a noção de que as células do corpo humano se diferenciam conforme a função que desempenham — portanto, não teremos um só tipo de célula, mas muitos tipos de células — e só o conjunto de todas permite a nossa existência.
A célula divide-se em três partes: membrana celular, citoplasma e núcleo.
Para facilitar a visualização do que acontece na célula, vou comparar a célula a uma grande fábrica, em que a membrana celular é a estrutura que delimita e permite controlar as entradas e saídas de materiais e evitar a invasão de elementos indesejados. Imaginemos, pois, uma cerca de rede, mais ou menos complexa, e um portão; mas esta fábrica também precisa de energia, logo tem de ter acesso à rede eléctrica; também precisa de água, logo tem de ter acesso à rede de água; trabalha com mercadorias, de que precisa para manufacturar os seus produtos, logo requer vias de comunicação (estradas, caminhos-de-ferro, aeroportos ou portos); na sua actividade, produz alguns resíduos, que precisam de ser eliminados, pelo que temos esgotos e estações de tratamento de resíduos; e, para evitar ser invadida, essa cerca e o portão atingem uma complexidade muito grande, com sistemas de identificação rigorosos e altamente eficazes.
Nesta fábrica, existe uma zona onde o produto essencial é produzido (o núcleo). Ocupa uma parte importante da célula e é no núcleo que se encontra todo o controlo genético, a partir do qual todas as células do mesmo tipo se produzem.
Dentro da cerca que delimita a fábrica, situam-se outras estruturas de apoio ao funcionamento da fábrica — o citoplasma: estruturas como armazém, central eléctrica, oficinas, estações de tratamento de resíduos, etc.
A membrana celular é constituída por uma camada dupla de fosfolípidos e por proteínas. Tem zonas onde existem orifícios, que permitem o movimento de substâncias para dentro e para fora da célula. Existem ainda estruturas transportadoras para as substâncias mais complexas. Existem receptores, que permitem diferenciar substâncias necessárias à célula e substâncias nocivas.
O núcleo é o centro de controlo da célula, porque contém os genes que carregam as instruções herdadas para o funcionamento da célula. A maioria das células do corpo humano possui apenas um núcleo; no entanto, os glóbulos vermelhos maduros [1] não têm núcleo, pois não se reproduzem a si próprios, e as células musculares estriadas [2] podem ter mais do que um núcleo. O núcleo é constituído por uma membrana e por nucléolos, onde está contido o ADN (acido desoxirribonucleico), que contém a informação genética para a construção das proteínas, e o ARN (acido ribonucleico), responsável pela síntese de proteínas da célula.
No citoplasma, constituído por líquido, na sua maioria água, situam-se estruturas, como o reticulo endoplasmático, que é um conjunto de canais que permitem o movimento de substâncias dentro da célula; os ribossomas, ligados à síntese de proteínas; as mitocôndrias, para a produção de energia; e o citoesqueleto, que mantém a estrutura e a integridade da célula.
A estrutura da célula dos seres vivos, em geral, está tão bem concebida, que nos permite assegurar de forma consistente a nossa existência. No entanto, as bactérias e os vírus aproveitam algumas fragilidades, ou especializam-se nalguns dos nossos receptores celulares, para porem o núcleo e outras estruturas celulares a trabalhar em seu proveito, causando desta forma doenças. Ainda assim, são mais as doenças que conseguimos combater através da evolução genética desenvolvida naturalmente do que aquelas que nos afectam.
Saúde!
19 comentários a “A célula”
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[…] constantemente. A cada segundo, perdem-se e criam-se milhares de milhões de novas células [1]. O processo de substituição das células obedece a dois processos: divisão celular somática e […]
[…] serve de transporte dos seus elementos [7, 8, 9] e faz parte da composição das próprias células [10] que ajuda a […]
[…] está presente em todos os líquidos corporais, dentro e fora da célula [5], mas é muito mais abundante fora da célula e no sangue [6]. O sódio pode ser introduzido no […]
[…] permitindo-nos sentir os cheiros, e entra na síntese do ADN [3], ao nível do núcleo da célula [4]. A indústria utiliza-o na produção de protetores […]
[…] pela alimentação. Está espalhado por todo o corpo, mas é no osso [2] e dentro da célula [3] que atinge as maiores concentrações. É necessário para que muitas enzimas funcionem […]
[…] no osso [1] e nos dentes [2], como fosfato de cálcio; o restante encontra-se dentro da célula [3], envolvido no mecanismo energético de produção de trifostato de adenosina (ATP) [4], na […]
[…] espaços entre as células, ou espaço extracelular. Pela capacidade de entrar e sair da célula [3], regula o equilíbrio de líquidos entre os espaços intra e extracelular. No estômago [4], é […]
[…] oxitransférase — ajuda na passagem das cargas elétricas para dentro e para fora da célula [6], através da membrana celular, e nos processos internos da […]
[…] mais simples, para poderem passar por um conjunto de barreiras, até chegarem às células [1]. Passadas essas barreiras, os nutrientes [2] sofrem novas transformações, para fornecer energia […]
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[…] tem líquidos na quantidade adequada, chama a si os líquidos que existem dentro da célula [10] e nos espaços entre estas, fazendo com que entrem em desequilíbrio — e também por aqui se […]
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[…] mutações são alterações na sequência do ADN do genoma [3] duma célula [4]. Estas alterações ocorrem por acaso, fruto de erros no momento da divisão celular [5], quando […]