Por Carlos Lima
O tecido muscular representa cerca de metade do peso corporal e é composto por células altamente especializadas. Apesar dos ossos [1] e das articulações [2] fornecerem a base de sustentação corporal, é o sistema muscular que os mantém nos seus devidos lugares e, em conjunto, permitem a estrutura corporal tal como a conhecemos; um processo complexo de alavancas, de contracções e de alongamentos produz o movimento.
Existem três tipos de tecido muscular: o tecido muscular esquelético, o tecido muscular cardíaco e o tecido muscular liso.
O tecido muscular esquelético é estriado, ou seja, é constituído por faixas claras e faixas escuras, dando à visualização ao microscópio a noção de riscas ou estrias. É de contracção voluntária. Está presente por toda a área muscular e relaciona-se com o movimento. A contracção é feita ao nível da fibra, e cada fibra pode contrair de forma individual, o que permite que, mesmo que algumas fibras se danifiquem (como é o caso das rupturas musculares), as restantes mantenham a função.
O tecido muscular cardíaco constitui grande parte do músculo do coração [3]; é estriado e involuntário — como sabemos, os batimentos cardíacos não dependem da nossa vontade e o seu ritmo varia conforme a necessidade de suprimento de sangue dos outros tecidos corporais. No entanto, o músculo cardíaco difere do músculo esquelético, porque as suas fibras são mais curtas, entrelaçadas e de contracção rápida — daí o coração contrair como um todo. Têm um mecanismo de auto excitabilidade, ainda que, em condições normais, o ritmo cardíaco seja definido pelo nódulo sinusal ou marca-passo cardíaco.
O tecido muscular liso reveste as paredes das nossas estruturas ocas, como é o caso dos vasos sanguíneos, dos intestinos [4], do estômago [5], da bexiga [6] e da uretra. Chama-se liso, pois não apresenta à visualização microscópica o aspecto de alternância de cores nas diversas faixas musculares. É de contracção involuntária. A grande diferença em relação ao tecido muscular esquelético é que as fibras se encontram fortemente ligadas, sendo a contracção sequencial ou em onda, ou seja: a primeira fibra é estimulada, o estímulo é transmitido à fibra seguinte e assim sucessivamente.
O tecido muscular tem quatro funções principais: o movimento do corpo; o movimento de substâncias dentro do corpo; a estabilização da posição corporal e a fixação dos órgãos; e a produção de calor (acredita-se que a contracção muscular gere 85% do calor corporal; o corpo possui mecanismos de regulação, como é o caso do tremer e bater do dente, em que se desencadeiam contracções musculares involuntárias de músculos voluntários, para produzir calor e equilibrar a temperatura corporal).
As características do tecido muscular são quatro: excitabilidade, ou capacidade de responder a um estímulo; contractilidade, ou capacidade de se contrair; extensibilidade, ou capacidade de se distender; e elasticidade, ou capacidade de voltar à forma inicial, quando em repouso.
A contracção muscular é um processo complexo que envolve o estímulo por parte das fibras nervosas na junção neuromuscular, energia e cálcio, entre outras substâncias. Simplificando, o estímulo chega das fibras nervosas e todas as fibras que são excitadas contraem; como o neurotransmissor (acetilcolina) tem uma acção curta, os efeitos da estimulação cessam e a fibra descontrai.
Os problemas que mais afectam o músculo relacionam-se com os espasmos, dos quais o mais conhecido é a cãibra, e devem-se, regra geral, ao desequilíbrio no fornecimento de energia, ou a estímulo excessivo.
Saúde!
24 comentários a “O músculo”
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